Introdução
Existe na Ucrânia, meus caros amigos, um acampamento de férias voltado para crianças nazistas. Sim! Pequenos nazistinhas. O Batalhão Azov, conhecido por suas origens ultranacionalistas e associações com ideologias de extrema-direita, organiza essa brincadeira, voltada para crianças e adolescentes na Ucrânia. Denominados “Azovets”, esses acampamentos são promovidos pelo braço juvenil do movimento Azov, e têm como objetivo a “educação patriótica” dos participantes.
O Azov foi fundado em 2014, durante o golpe conhecido como Revolução de Maidan, quando o governo democraticamente eleito da Ucrânia, então alinhado com a Rússia, foi derrubado à força por uma coalizão de grupos pró-ocidente e nacionalistas armados. Neonazistas e ultranacionalistas tomaram o Palácio Presidencial, e o presidente fugiu, deixando um vácuo de poder que deu espaço para as milícias radicais como o Pravy Sektor e o próprio Azov, vitoriosas no levante golpista. Rapidamente, esses grupos foram incorporados à estrutura oficial do Estado ucraniano, passando a receber apoio financeiro, armamentos e legitimidade política. Hoje, o Batalhão Azov faz parte formal da Guarda Nacional da Ucrânia e atua diretamente no front contra as forças russas no leste do país.
Mas não se engane: a incorporação ao exército regular não apagou as raízes ideológicas do Azov. Ao contrário, o batalhão se consolidou como um polo internacional do neonazismo armado. Diversos de seus combatentes ostentam tatuagens com suásticas, runas SS, Wolfsangel e outros símbolos ligados ao Terceiro Reich. Além disso, há registros abundantes de seu envolvimento em atos de brutalidade, como o infame Massacre de Odessa, quando mais de 40 sindicalistas e militantes comunistas foram encurralados dentro da sede de um sindicato e queimados vivos em 2014.
Com base em Berdyansk, no Mar de Azov, e financiado em parte pelo Estado ucraniano, o Batalhão Azov não apenas guerreia — ele forma uma nova geração de combatentes.
É nesse contexto que surgem os acampamentos de verão para crianças. Essas crianças, em florestas isoladas no oeste ucraniano, longe dos pais, rodeadas de homens brutos e barbados com tatuagens neonazistas. Parece o roteiro de algum filme novo de terror, mas não tem nada de ficção. Ali se cultiva o ódio mortal ao “inimigo”, seja ele russo, comunista, muçulmano, judeu, LGBTQIAP+ ou qualquer um que ameace o ideal de uma Ucrânia etnicamente pura e radicalmente nacionalista.
Características dos Acampamentos
Os acampamentos funcionam como verdadeiras escolas militares para crianças. Recebendo jovens de 9 a 18 anos, os acampamentos são divididos em turmas de 30 a 40 participantes, que passam duas semanas imersos num regime rígido de disciplina, treinamento físico e doutrinação ideológica ultranacionalista. As atividades começam cedo, às 7 horas da manhã, e se estendem até as 23h, num cronograma apertado que lembra muito mais um quartel militar do que qualquer ambiente educativo. Ao longo do dia, as crianças participam de aulas de artes marciais, combate corpo a corpo, manuseio de armas brancas, táticas de guerrilha, técnicas de patrulhamento e, especialmente, simulações de combate contra o “inimigo russo”.
Mesmo as crianças menores, ainda na faixa dos 9 ou 10 anos, são inseridas nesse ambiente hostil. Inicialmente utilizam armas de brinquedo, mas os adolescentes, especialmente a partir dos 14 anos, já passam a treinar com armas reais, sob supervisão de combatentes veteranos do Azov — muitos dos quais ostentam orgulhosamente tatuagens e insígnias com simbologia nazista. Alguns dos instrutores já participaram de batalhas sangrentas em Donbass ou em Mariupol, e trazem consigo uma visão de mundo marcada pelo extremismo, pela militarização da sociedade e pelo ódio ao “inimigo interno”. As crianças são incentivadas a adotar nomes de guerra — como se fossem soldados adultos — e recebem manuais de conduta que definem metas a serem cumpridas durante o período no acampamento. Esses manuais incluem regras rígidas de comportamento, rituais de saudação e até exercícios de memorização de cânticos nacionalistas e slogans de combate.
Mais do que simples colônias de férias, os acampamentos funcionam como uma verdadeira máquina de doutrinação ideológica e preparação militar. O nacionalismo radical e o ódio étnico são apresentados como virtudes desde cedo, muitas vezes com apoio emocional e simbólico dos próprios pais — muitos dos quais já são simpatizantes ou integrantes de movimentos ultranacionalistas. Durante as noites, em torno de fogueiras, ocorrem sessões de exaltação à “pátria ucraniana”, onde são contadas histórias de “heróis” de guerra, como Stepan Bandera, e entoados cânticos com palavras de ordem como:
“Glória à Ucrânia!” “Morte ao Inimigo!” “Vamos caçar a escória de Moscou!” “Ucrânia acima de tudo!” “Nós vamos conquistar o mundo!”
Esses cantos não são simples bravatas: fazem parte da doutrinação psicológica e emocional de jovens ainda em formação, que passam a enxergar o mundo sob a ótica de uma guerra total entre “o bem patriótico” e “o mal inimigo”. O conceito de alteridade — de que o outro também é humano — é eliminado. O objetivo é criar soldados desde a infância.
Esse tipo de prática configura violação direta ao direito internacional, que proíbe o recrutamento e treinamento de crianças-soldado, mesmo de forma indireta. Organizações internacionais, como a ONU e a Human Rights Watch, já alertaram para os perigos desse tipo de programa, embora o tema continue ocultado ou relativizado pela grande mídia ocidental, que costuma blindar o Exército ucraniano de críticas por conveniência geopolítica.
Na prática, esses acampamentos representam o primeiro passo para a formação de milícias juvenis armadas com ideologia de extrema-direita, em um país que se tornou, nos últimos anos, um polo internacional do neonazismo armado.
Financiamento do Estado
O Batalhão Azov e seus “Acampamentos Patrióticos de Verão”, como são chamados, recebem financiamento do próprio governo ucraniano. Em 2019, por exemplo, organizações ligadas ao movimento Azov receberam aproximadamente 450.000 hryvnias (cerca de US$ 17.000) para eventos destinados à juventude, com o objetivo declarado de promover uma mentalidade nacionalista. Em outra ocasião, o governo chegou a injetar 150 mil dólares, ou 4.000.000 hryvnias, só nesses acampamentos.
A maioria dos frequentadores está na adolescência, mas alguns são tão pequenos que têm apenas 8 anos de idade. Eles estão em um acampamento de verão criado por um dos grupos nacionalistas radicais da Ucrânia, escondido em uma floresta isolada no oeste da Ucrânia, sem os pais. Imagine um filme de terror pior do que esse.
Esse empreendimento diabólico, que incita o ódio em crianças inocentes contra russos e opositores do regime de Kiev, chegou a ser notado inclusive pelos EUA, que em 2015 bloqueou treinamento e ajuda militar ao Batalhão Azov devido às suas ligações com extremistas de direita e militantes neonazistas que estavam ameaçando praticar atentados nos EUA e na Europa. Essa proibição foi revista e suspensa em 2024, após o Departamento de Estado dos EUA “não encontrar evidências de abusos recentes de direitos humanos por parte da unidade”.
O ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko, um dos principais responsáveis por integrar neonazistas do Azov, Pravy Sektor e outros grupos paramilitares ultranacionalistas no Estado ucraniano, chegou a declarar que militantes do Azov eram “os melhores guerreiros da Ucrânia”.
Além de políticos, o Azov teve também o sustento de bilionários como Igor Kolomoisky, o terceiro homem mais rico da Ucrânia. Governador da região de Dnipropetrovsk e dono do time de futebol Dnipro FC. Desde 2019, Igor está proibido de entrar nos EUA por conta de crimes de corrupção.
Apologia escancarada ao nazismo
O símbolo do Batalhão Azov, utilizado nos acampamentos, é o Wolfsangel invertido, que possui associações históricas com o nazismo. Embora os organizadores afirmem que ele representa apenas uma “ideia nacional”. Em 2015, um porta-voz do próprio Azov estimou que entre 10% e 20% dos recrutas tinham inclinações nazistas, o que obviamente quer dizer que entre 90 a 100% dos recrutas são nazistas. Toda a simbologia adotada pelo Azov gira em torno da estética nazista. Sua insígnia original incluía o Wolfsangel e o Sol Negro, ambos símbolos associados ao nazismo. Desde 2014, fotos e vídeos mostram combatentes do Azov usando capacetes com suásticas e runas SS, ostentando insígnias nazistas, etc.
Em janeiro de 2018, o Azov chegou a criar uma patrulha de rua com o objetivo de “restaurar a ordem da capital Kiev”. Esses grupos paramilitares de patrulha começaram então a caçar membros da comunidade LGBTQIAP+, russos, muçulmanos e judeus, comunistas e antifascistas, etc.
Andriy Yevheniyovych Biletsky é o fundador do Batalhão Azov. Em 2010, ele deu uma entrevista dizendo que o propósito do Azov é “é liderar as raças brancas no mundo contra o Untermenschen liderado pelos semitas". Chegou a ser eleito membro do parlamento da Ucrânia e hoje comanda o Regimento Azov, que faz parte da 3ª Brigada de Assalto das Forças Terrestres Ucranianas.
Turismo Neonazi
Desde o início da guerra na Ucrânia, autoridades dos Estados Unidos e de outros países ocidentais têm manifestado preocupação com a ida de militantes neonazistas e supremacistas brancos ao país com o objetivo de obter experiência militar em combate. Esse fenômeno não é novo, mas foi intensificado com o conflito iniciado em 2014 e agravado pela invasão em grande escala da Rússia em 2022. Grupos extremistas veem a guerra como uma oportunidade para treinar suas habilidades armadas, adquirir táticas militares e forjar conexões com outros grupos ultranacionalistas. Em particular, o Batalhão Azov — uma unidade militar ucraniana com origens ligadas ao neonazismo e ao ultranacionalismo — tem sido um polo de atração para extremistas estrangeiros.
Nos Estados Unidos, órgãos como o Departamento de Segurança Interna (DHS) e o FBI alertam para o risco de que esses combatentes retornem ao país com maior capacidade de organização, conexão, radicalização e potencial para atos de violência doméstica. Segundo relatórios internos, vários indivíduos ligados a grupos terroristas neonazistas como Atomwaffen Division, Rise Above Movement e outros círculos da supremacia branca demonstraram interesse ou já tentaram viajar à Ucrânia.
Essas viagens não ocorrem necessariamente de forma coordenada, mas fazem parte de um movimento transnacional mais amplo de intercâmbio entre grupos da extrema-direita global. A guerra é vista por muitos como uma “escalada da guerra racial” — uma oportunidade para se preparar para o que acreditam ser um futuro conflito civil ou racial em seus países de origem.
Críticas e controvérsias
A percepção do Azov na Ucrânia é profundamente regionalizada. Enquanto no oeste do país ele é visto como força patriótica, em regiões do leste e sul ele ainda enfrenta forte rejeição. Uma pesquisa de 2022 mostrou que as opiniões positivas entre os ucranianos sobre Stepan Bandera (um ucraniano nazista que cooperou ativamente com Hitler para a ocupação da Ucrânia e o massacre dos judeus que ali viviam) aumentaram de 22% em 2012 para 74% em abril de 2022. No entanto, essa tendência é mais pronunciada no oeste da Ucrânia, enquanto outras regiões, como mais ao leste, apresentam visões mais críticas, e por vezes até “russas”, “comunistas” ou mesmo antifascistas.
Fato é que a Ucrânia sofreu um golpe nazifascista em 2014 (Euromaidan), tipo o 8 de Janeiro no Brasil só que com militantes neonazistas armados e organizados, e hoje aquela terra é solo fértil pra nazistaiada do mundo todo. Existem relatórios, inclusive do governo dos Estados Unidos, relatando viagens internacionalistas de militantes neonazistas para receberem treinamento na Ucrânia.
A integração formal do Azov à Guarda Nacional em 2014 representou uma tentativa do governo ucraniano de institucionalizar e moderar esses grupos — o que não apagou as críticas internacionais. Em 2015, o Congresso dos EUA proibiu que recursos americanos fossem usados para treinar o Azov. A proibição foi suspensa em 2024, quando o Departamento de Estado declarou não haver evidências recentes de violações de direitos humanos — decisão contestada por ONGs e especialistas independentes.
verdadeee, esse filme é mto massa, já assisti